“O Poder Judiciário deve adotar um fluxo de inovação não somente tecnológico e digitalizado, mas também humanizado e preocupado com os valores éticos que decorrem das novas ferramentas da modernidade”, afirmou nessa terça-feira (23/11) o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux. Ele participou da primeira reunião do Comitê Gestor Nacional da Inovação do Poder Judiciário.
O Comitê Gestor Nacional é integrado pelo presidente do CNJ, pela corregedora nacional de Justiça, Maria Thereza de Assis Moura, pela conselheira Flavia Pessoa, pelos secretários e juízes e juízas auxiliares do Conselho, além de representantes de todos os segmentos do Judiciário. O colegiado tem o papel de incentivar que os tribunais desenvolvam projetos inovadores que utilizem ferramentas de interação, cocriação, empatia e troca de conhecimento e que disseminem a cultura da inovação, incentivando pesquisas, estudos e ações de capacitação na temática.
Fux explicou que o processo de inovação engloba design, marketing, comunicação institucional, prototipação e experimentação de ideias, narrativa de histórias, visualização de dados, experiência do usuário e promoção da acessibilidade, entre outros conceitos, que deverão ser considerados pelo Comitê Gestor. “O fluxo de inovação não é apenas baseado na tecnologia, devendo ser considerado como tal também quaisquer metodologias de exploração bem-sucedida de novas ideias, de aplicação de mudanças culturais e organizacionais, ou de melhorias incrementais para se manter na vanguarda do conhecimento humano.”
De acordo com a juíza auxiliar da presidência do CNJ Lívia Cristina Marques Peres, “é preciso buscar um equilíbrio entre a inovação e a democratização do acesso à Justiça. “Esse é o nosso desafio”, afirmou. Alexandre Libonati de Abreu, também juiz auxiliar da presidência do CNJ, comentou que, “quando se fala em inovação, as ideias borbulham e o Comitê terá a função de racionalizar as propostas de acordo com o orçamento disponível”.
Ivan Gomes Bonifácio, servidor do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), sugeriu a formação de uma rede de inovação incluindo membros de outros Poderes, como do Executivo. “Temos que buscar parcerias, inclusive com membros da academia, para termos dados científicos.”
Paula Andrade
Agência CNJ de Notícias