Coleta seletiva é esperança de inclusão social para catadores

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Os 61 mil quilos de material descartados pelos servidores, de forma correta, e doados às cooperativas de catadores de resíduos, parceiras do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), representam esperança de inclusão social para os catadores e suas famílias. O resultado foi apurado em 2013 para o relatório da adesão do tribunal à Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente.

Como as cooperativas são carentes de estrutura para elaborar relatórios, não foi possível apurar todo o quantitativo doado. O cálculo estimado pelo Programa Viver Direito chega a 90 toneladas. A coleta seletiva atende ao Decreto Federal nº 5.940/2006, que determina aos órgãos públicos a destinação dos resíduos recicláveis à inclusão social dos catadores e está implantada no TJDFT desde 2010.

Na última semana, quatro servidores do tribunal visitaram uma das cooperativas do Lixão da Estrutural para conhecer a realidade do trabalho realizado a partir da coleta seletiva. Na Coopere, formada por 80% de mulheres, o foco do trabalho é sobre a separação de garrafas PET que chegam misturadas ao lixo orgânico nos caminhões do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do DF. Um fardo de 100 quilos separado pelo trabalho delas é vendido para as empresas recicladoras por R$ 100,00.

A renda, considerada baixa para tanto esforço, sensibilizou os servidores do TJDFT para as condições insalubres e a coragem e determinação das trabalhadoras. “Pude verificar a diferença que faz separarmos o lixo em nossos lares. O trabalho das pessoas que manipulam o nosso material descartado seria muito mais fácil se pelo menos separássemos os resíduos entre secos e molhados. Seria uma forma de proporcionar mais dignidade àqueles que trabalham em algo tão importante para todos, que é a saúde ambiental”, avaliou Divaldo Antônio, da Vara de Execuções Penais (VEP).

Para Marilene Guedes, da Contadoria do tribunal, a visita foi muito proveitosa. “A iniciativa me levou a meditar que nada adianta eu ter curso superior em diversas áreas, ser elegante e educada com todos se na hora de separar o lixo seco do molhado não coloco em prática toda educação e aprendizado que adquiri. Separar o lixo seco do molhado é respeitar aqueles recicladores”, disse.

Fonte: TJDFT