O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) inicia a campanha Melhore o Planeta. A ideia é propor mudanças no ambiente de trabalho em todos os órgãos do Poder Judiciário e disseminar as boas práticas adotadas nas unidades judiciárias do país quanto ao uso racional de recursos. Como parte da campanha ambiental, o CNJ disponibiliza em seu portal peças publicitárias impressas e digitais que poderão ser reproduzidas nos meios de comunicação dos tribunais, incluindo as redes sociais.
A economia de recursos como água, energia elétrica e papel é uma preocupação expressa no planejamento estratégico do CNJ e está alinhada ao disposto na Resolução n. 70/2009 que inclui a responsabilidade ambiental entre os valores judiciários para a sociedade. Em 2014, o objetivo do conselho é reduzir em 20% o consumo de água e energia verificado em 2013. O órgão também estima diminuição de 15% no consumo de combustível e de 15% no uso de material de insumo, como papel e copos descartáveis.
Em 2013, o órgão teve sucesso nos esforços para reduzir o consumo de vários itens. O consumo de água, por exemplo, caiu 29% na comparação com 2012. Já o consumo de energia teve declínio de 24%. Nos dois casos, a meta era diminuir, pelo menos, 15%. A utilização de material de insumo no ano passado chegou bem perto da meta de 10%, com registro de queda de 9,13%.
Formas de economizar
Na campanha, o CNJ incentiva pequenas mudanças para economizar recursos no trabalho diário das unidades judiciárias. Para diminuir o consumo de copos descartáveis, a dica é que cada servidor ou prestador de serviço utilize canecas, copos ou garrafas reutilizáveis. Com isso, a economia estimada em um tribunal onde trabalham mil pessoas seria de 500 mil copinhos por ano.
O CNJ também indica a disseminação da carona solidária como uma das opções para poupar combustível e reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera. A medida diminui ainda a quantidade de automóveis nas ruas e é uma das alternativas de mobilidade mais viáveis a curto prazo. A carona solidária pode ser organizada pelos próprios funcionários, com o cruzamento de informações de quem precisa e de quem pode oferecer uma carona.
Quando o assunto é energia elétrica, a sugestão é desligar o computador na hora do almoço. A estimativa é de que se apenas 1% dos brasileiros desligar o computador todo dia, ao longo de um ano, apenas na hora do almoço, a energia economizada evitará a emissão equivalente ao carbono absorvido por 30 mil árvores da Mata Atlântica.
Meta nacional
Em 2010, o CNJ estimulou o uso racional de recursos em tribunais de todo o país. Segundo a Meta 6 estabelecida para aquele ano, o alvo era reduzir em pelo menos 2% o consumo per capita de energia, água, papel, combustível e telefone em relação ao consumido em 2009.
Nos tribunais superiores, foi apurada redução no consumo de todos os itens previstos na meta. O gasto com telefone foi o que mais caiu, com diminuição de 23,3%. Já a economia de papel alcançou 18,71% e a de água, a 16,24%. A redução de consumo de combustível foi de 11,08% e de energia elétrica, de 9,8%. No cálculo, não estão computados resultados obtidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Quando somados os esforços de todos os tribunais que compõem a Justiça do Trabalho, a maior economia também foi em gastos com telefonia. Neste item, a diminuição foi de 19,49%. Houve redução no consumo de papel, de 7,3%, e de água, de 3,81%. A economia de energia elétrica ficou em 2,78%. Já no quesito combustível, a queda ficou abaixo da meta, em 0,09%.
Na Justiça Federal, iniciativas para diminuir o uso de recursos alcançaram retração de 19,9% na utilização de papel. O consumo de combustível, por sua vez, caiu 18,64% e o de telefone, 10,90%. Já o consumo de energia apresentou declínio de 2,6%. Entretanto, a redução de água ficou em 0,8%, abaixo da meta estipulada.
Na Justiça Militar, houve redução no consumo de combustível e papel, de 18,28% e 13,04% respectivamente. Entretanto, o consumo de água, telefone e energia elétrica cresceu 12,64%, 8,48% e 5,09%. Já os tribunais de Justiça obtiveram desempenho acima da meta no controle do consumo de água, telefone e energia elétrica, com redução de 26,45%, 23,44% e 9,86% respectivamente. Em contraposição, o uso de combustível cresceu 55% e o de papel, 8,28%.
Os tribunal regionais eleitorais, quando os resultados são somados, tiveram o pior desempenho em relação à meta. O consumo de energia elétrica, de água e de combustível cresceu consideravelmente no período, que coincidiu com as Eleições Gerais de 2010. Em contrapartida, a utilização de papel caiu 6% e a de telefone, 11,54%.
Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias