Casos de violência familiar aplicam constelação em MT

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Um exercício coletivo no qual foi representada uma situação envolvendo vítima e seu agressor, foi com esta dinâmica que a facilitadora Gil Thomé realizou uma sessão de constelação familiar, de sexta-feira (10), com dez mulheres vítimas de violência doméstica, no auditório da Primeira Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá (MT).

O projeto faz parte do programa Justiça pela Paz em Casa desenvolvido pela Corregedoria-Geral da Justiça do estado. Neste contexto, a constelação familiar trata das relações conflituosas de casais que chegam a agressões. O objetivo é fazer com que a vítima verbalize o conflito, identifique a origem dele e receba orientações práticas para resolver a questão.

As reuniões sistêmicas têm contribuído para a mudança de perspectivas para muitas mulheres, segundo o juiz da Primeira Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, Jamilson Haddad Campos, pioneiro neste tipo de atividade. “A constelação oferece um novo caminho à mulher agredida, revela o seu papel dentro da situação vivenciada, buscando empoderá-la para que saiba lidar com esta realidade. Os princípios sistêmicos mostram que ela tem opção de reconstruir este vínculo ou mesmo rompê-lo definitivamente, pondo fim à postura vitimizada e ao ciclo de violência, muitas vezes, repetidas por gerações”.

O trabalho realizado na capital, desde o ano passado, chamou a atenção da juíza da comarca de Nobres, Sabrina Galdino, que acompanhou a constelação junto a assessoras. “Logo que ouvi falar da constelação, me interessei pelo método, pois acredito que temos que trabalhar mais que a Justiça de papel, então vim conhecer pessoalmente a iniciativa. O Direito Sistêmico é algo inovador e pretendo firmar parceria para implementar esta sistemática na comarca. Os jurisdicionados precisam ter acesso a essa técnica.”

Segundo a consteladora Gil Thomé, a metodologia terapêutica é importante porque subsidia a tomada de consciência do conflito e aponta soluções. “Quando a vítima se vê como parte atuante do conflito e enxerga a recorrência do padrão conflituoso aprende a tratar a questão e se investe de poder, com isso acaba saindo da condição de vítima.”

Na primeira sessão do ano, foi aplicada dinâmica diferente, de micro constelações que envolveram todos os participantes do exercício em duplas.

Fonte: TJMT