Elas estavam lindas. De branco, dourado, rosa. De cetim, com brilho, de estampa floral e até de renda vermelha. Eram as 200 noivas do município de Laranjal do Jari, distante 200 quilômetros de Macapá, no Amapá, que neste sábado (14/11) participaram do Casamento Comunitário, promovido pelo Tribunal de Justiça do Amapá com o apoio da Secretaria de Inclusão e Mobilização Social do Estado.
Na festa, realizada no ginásio de esportes da cidade, não faltou nada. O bolo foi oferecido pelo prefeito Idemar Barbudo Sarraf. A primeira dama Marília Góes, secretária de Inclusão Social, deu os buquês às noivas. O Tribunal do Amapá, ofereceu como lembrança a foto dos noivos em frente ao bolo e o grupo vocal Apocalipse, da Igreja Assembléia de Deus, cantou para os casais que tiveram como padrinhos o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STF) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilmar Mendes, o governador do Amapá, Valdez Góes, e do presidente o Tribunal de Justiça do Amapá, desembargador Dôglas Evangelista Ramos. “Essa iniciativa permite a constituição da família de uma forma legal evitando os problemas que uma união irregular causa, onerando o estado”, disse o ministro Gilmar Mendes após entregar a certidão de casamento ao casal Ione Duarte Farias, 24 anos, e Francenilson Braz de Carvalho, 27 anos, que realizaram o sonho de se casarem após 8 anos de namoro.
O sorriso de felicidade não estava estampado apenas nos rostos de Ione e Francenilson. O casal Benedito Augusto da Gama e Celina Neide da Gama não se continha de alegria. Ele, com 89 anos e ela com 79, estavam ali formalizando uma união de 63 anos, que gerou 16 filhos, nove deles vivos. “Estou feliz hoje, pena que nem todos os filhos possam estar aqui”, disse Benedito segurando a mão da noiva.
O que o ministro Gilmar Mendes presenciou em Laranjal do Jari foi a 45ª Edição do Projeto Casamento Comunitário, do TJAP, em parceria com a Secretaria de Inclusão e Mobilização Social, a Assembléia Legislativa do município, o Cartório de Registro Civil, a prefeitura municipal e o empresariado local. Desde que foi criado em 2002, o Projeto já realizou 8.358 casamentos a custo zero para os casais, pois a Secretaria paga às custas cartorárias. “O casamento nos permite participar da sociedade tendo garantidos todos os benefícios da lei”, disse o juiz Heraldo Nascimento da Costa, coordenador do projeto.
Para participar do Casamento Comunitário os casais interessados fazem inscrição na Secretaria de Inclusão e Mobilização Social que durante uma semana monta postos de atendimento em diferentes municípios do Estado. Mas o casal interessado em formalizar a união, deve estar preparado, pois uma vez inscritos, o casamento é agendado em quatro semanas.
E quem estiver interessado em marcar a data do casamento no Amapá deve correr. O próximo Casamento Comunitário no Estado já tem dia para acontecer: será em 27 de novembro, na Fortaleza de São José, em Macapá, em uma festa que vai reunir 1.000 casais.
EF/MG
Agência CNJ de Notícias