A Agenda Socioambiental do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE/TO) comemorou no último domingo (11/09) o Dia do Cerrado. Tal vegetação é o segundo maior bioma do Brasil e grande parte está concentrada nos estados da Região Centro-Oeste. O cerrado se estende por 25% do território nacional, cerca de 200 milhões de hectares, englobando 12 estados. Sua área “core”, ou nuclear, ocupa toda a área do Brasil central, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, a região sul de Mato Grosso, o oeste e norte de Minas Gerais, oeste da Bahia e o Distrito Federal.
Devido a sua localização, o cerrado, compartilha espécimes com a maioria dos biomas brasileiros (floresta amazônica, caatinga e floresta atlântica).Devido a esse fato possui uma biodiversidade comparável a da floresta amazônica. Contudo devido ao alto grau de endemismo, cerca de 45% de suas espécies são exclusivas de algumas regiões, e a ocupação desordenada e destrutiva de sua área o cerrado é hoje o ecossistema brasileiro que mais sofre agressões por parte do “desenvolvimento”.
Características do Cerrado
– presença marcante de árvores de galhos tortuosos e de pequeno porte;
– as raízes destes arbustos são profundas (propriedade para a busca de água em regiões profundas do solo, em épocas de seca);
– as cascas destas árvores são duras e grossas;
– as folhas são cobertas de pêlos;
– presença de gramíneas e ciperáceas no estrado das árvores.
O cerrado é uma vegetação típica de locais com as estações climáticas bem definidas (uma época bem chuvosa e outra seca) e regiões de solo de composição arenosa. As principais espécies de animais encontradas no Cerrado são: anta, cervo, onça-pintada, cachorro-vinagre, lobo-guará, lontra, tamanduá-bandeira, gambá, ariranha, gato-palheiro, veado-mateiro, cachorro-do-mato, macaco-prego, quati, queixada, porco-espinho, capivara, tapiti e preá. Os principais arbustos encontrados no cerrado são: pau-santo, pequi e lixeira.
Corredor ecológico – O Jalapão, região do estado do Tocantins com uma das maiores extensões quase intocáveis dos cerca de 20 por cento que restam do bioma cerrado ainda conservados, ganhará o primeiro corredor ecológico, o “Jalapão/Chapada das Mangabeiras”, para garantir o fluxo genético e a perenidade das espécies e das extraordinárias belezas cênicas da savana mais rica em biodiversidade do mundo e, também, a mais ameaçada de extinção.
Com 31 mil km quadrados o Jalapão/Chapada das Mangabeiras unirá as áreas protegidas de dezessete municípios de quatro estados: onze no Tocantins, quatro no Piauí, um no Maranhão e um na Bahia, com uma população estimada em 20 mil pessoas: sete mil no interior do corredor e treze mil em seu entorno – e uma das menores taxas de densidade demográfica do país (0,6 habitantes por km 2), semelhante à da Amazônia. Grupos de referência serão criados em cada um destes municípios para acompanhar a implantação dos projetos de sustentabilidade da região com base no planejamento biorregional.
O Jalapão/Chapada das Mangabeiras conectará cinco unidades de conservação: Estação Ecológica Serra Geral (divisa TO/BA); Parque Nacional Nascentes do Parnaíba (PI/MA/TO/BA); APAs Serra da Tabatinga e do Jalapão (TO); e, Parque Estadual do Jalapão (TO).
Elas formarão um grande corredor de proteção da biodiversidade por onde os animais transitarão e procriarão em segurança, a flora será conservada, e as belezas cênicas preservadas para as futuras gerações, explicou Miguel von Behr. Ele informou que o “coração” do corredor ecológico será formado por quatro municípios tocantinenses: Ponte Alta do Tocantins, Mateiros, São Félix e, Rio da Conceição.
A participação ativa de todos os setores da comunidade na elaboração e no acompanhamento dos corredores ecológicos é apontada no projeto de Conservação de Ecossistemas do Cerrado, do ministério do Meio Ambiente/ibama, como fundamental para o êxito do Jalapão – Chapada das Mangabeiras, entre nove condições listadas como essenciais.
Fonte: TRE-TO, com informações da Rota Brasil Oeste