Em comemoração ao mês dos pais, o Núcleo de Promoção à Filiação (NPF) do Judiciário de Alagoas promoveu, na quinta-feira (18/8), ação de conscientização sobre paternidade responsável na Construtora Sampaio Soriano Construções, em Maceió. A assistente social do núcleo, Márcia Cristina Carvalho, palestrou para mais de 50 trabalhadores sobre os direitos e deveres dos homens, métodos contraceptivos e a importância da presença paterna no desenvolvimento dos filhos.
Foi a primeira ação de conscientização em um canteiro de obras, segundo a coordenadora do NPF, Ana Cláudia Acioli. “O Núcleo sempre procura promover palestras em locais onde as pessoas precisam regularizar o registro de nascimento e abordamos a importância da paternidade no registro civil. Essa foi a primeira vez em que realizamos uma ação para trabalhadores da construção civil”, disse.
Durante a palestra, a assistente social falou sobre os diversos métodos contraceptivos para evitar uma gravidez indesejada, a importância do nome do pai no registro civil do filho e como o núcleo funciona. O eletricista Fernando de Lima Júnior identificou a possibilidade de regularizar o registro de sua filha de 23 anos por meio do NPF.
“Ela não foi registrada no meu nome ainda porque, quando nasceu, eu era muito novo, mas, agora, que estou sabendo que não é muita burocracia para mudar, vou chamar minha filha para tirar um registro novo para ela com o meu nome, eu sendo o pai dela certo e registrado. Ela sempre me pedia, mas eu achava que era muita burocracia. Eu errei no passado, mas agora vou resolver isso”, comprometeu-se.
Pai presente – Márcia Cristina também apresentou o depoimento de pessoas que não conheceram o pai e de como eles se comportam com os filhos. “Paternidade responsável começa pelo registro de nascimento. Pai presente é o que todo filho espera. Se eu não quero ter filhos, preciso me prevenir”, lembrou.
Outro assunto tratado foi o direito dos homens acompanharem a mulher no parto. “Se essa palestra fosse há seis anos, eu teria assistido ao parto do meu filho. Eles me mandaram embora do hospital porque eu era homem e disseram para chamar uma mulher para ficar com minha esposa, que ficou lá chorando. Se eu soubesse disso, teria ficado. Minha mãe e a mãe dela também não estavam na cidade. Eu saí na vizinhança perguntando quem podia ficar com ela. Se eu soubesse dessa lei, ninguém teria me tirado de lá”, disse o pedreiro Adilson Amorim.
A palestrante também abordou a pouca frequência com que os homens vão ao médico. “Em geral, os homens procuram menos o médico e, quando vão, não seguem o tratamento completo”, disse. “É falta de cuidado com a gente mesmo. Aprendi com meu avô que só é para ir ao médico quando já está com o pé na cova. É machismo mesmo. Eu só faço exame pela empresa”, afirmou Fernando de Lima Júnior.
Fonte: TJAL