O emprego de detentos e ex-detentos nas obras de infraestrutura da Copa do Mundo 2014, além de contribuir para a redução dos índices de criminalidade, é uma importante solução para o setor da construção civil, hoje, em expansão e com dificuldades para suprir a escassez de mão de obra especializada.
A afirmação é do juiz auxiliar da Presidência do CNJ Luciano Losekann, que coordena o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e de Medidas Socioeducativas (DMF/CNJ) e é o supervisor da execução do Programa Começar de Novo em nível nacional.
“O setor de construção civil, que passa por um período de crescimento, tem encontrado dificuldades para contratar operários. A saída tem sido recorrer à mão de obra prisional, tendo em vista que há muitos detentos capacitados para esse tipo de trabalho. Por meio do Programa Começar de Novo, essa necessidade da construção civil vem sendo importante para muitos detentos e ex-detentos também retomarem a vida longe da criminalidade”, afirmou o magistrado.
Losekann acrescentou que o CNJ faz o monitoramento, nos tribunais de Justiça, que são encarregados da execução do Começar de Novo nos Estados, para acompanhar o cumprimento do Termo de Cooperação Técnica que prevê o emprego de detentos e ex-detentos nas obras de infraestrutra da competição.
“Enviei ofício aos Grupos de Monitoramento e Fiscalização Carcerária de todos os tribunais de Justiça. Pedi a relação nominal dos selecionados e informações sobre a efetivação da contratação”, contou o juiz, observando que o Brasil tem dado um bom exemplo ao mundo ao adotar essa estratégia como fator de prevenção da criminalidade e de contribuição para a inclusão social.
“A autoestima dos operários das obras da Copa deve estar lá em cima. Imagine a dos que já foram condenados pela Justiça e hoje têm a oportunidade de recomeçar a vida numa situação como essa”, afirmou o magistrado.
Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias