Vulnerabilidades ambientais e sociais

a atuação do Poder Judiciário perante uma ética climática

Autores

  • Daniela Pereira Madeira Universidad Complutense de Madrid/ES; Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)/RJ
  • Wilfredo Enrique Pires Pacheco Centro Universitário de Brasília (UniCEUB)/DF; Universidade de Brasília/DF

DOI:

https://doi.org/10.54829/revistacnj.v8i2.669

Palavras-chave:

Vulnerabilidade, Socioambiental, Meio ambiente, Mudanças climáticas

Resumo

O presente artigo aborda a relação das vulnerabilidades socioambientais, especificamente às relacionadas ao meio ambiente e às mudanças climáticas, e o Poder Judiciário como instituição de prestação jurisdicional dependente da atuação interinstitucional para a promoção da Justiça em observância à inércia da jurisdição. Ao mesmo tempo em que é essencial para a promoção da Justiça e para a realização das políticas públicas judiciárias por meio do poder normativo do Conselho Nacional de Justiça e das políticas de acesso à Justiça dos tribunais brasileiros, deve atuar de forma conjunta e articulada em observância ao princípio da inércia da jurisdição. Destaca a importância de identificar as ações judiciais relacionadas aos danos climáticos e de conceituar como tal as ações judiciais ambientais que tenham como fundamento o clima, classificando-as por meio do assunto processual específico para fins de estudo, conscientização e utilização do sistema de Justiça em favor da proteção do meio ambiente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniela Pereira Madeira, Universidad Complutense de Madrid/ES; Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)/RJ

Conselheira do Conselho Nacional de Justiça. Juíza Federal do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Doutora em Direito Processual (Universidad Complutense de Madrid, UCM, Espanha, 2018). Mestre em Direito Processual (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, 2012). Especialização em Direito (Fundação Escola do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, FEMPERJ, 1998). Graduação em Direito (Universidade Santa Úrsula, USU, 1997). Presidente da Comissão Permanente de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030. Membro da Comissão Permanente de Sustentabilidade e Responsabilidade Social.

Wilfredo Enrique Pires Pacheco, Centro Universitário de Brasília (UniCEUB)/DF; Universidade de Brasília/DF

Mestre em Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário de Brasília. Possui graduação em Direito pelo Centro Universitário de Brasília. Pós-graduado em Contabilidade e Planejamento Tributário pela Universidade de Brasília. Assessor-chefe de gabinete de Conselheira no Conselho Nacional de Justiça.

Referências

BARROSO, Luís Roberto. Contramajoritário, Representativo e Iluminista: Os papeis dos tribunais constitucionais nas democracias contemporâneas. Revista Direito e Práxis, v. 9, n. 4, 2018. p. 2171-2228. DOI: https://doi.org/10.24859/fdv.2018.1.012

BERGKAMP, Lucas; HANEKAMP, Jaap C. Climate change litigation against states: The perils of court-made climate policies. Eur. Energy & Envtl. L. Rev., v. 24, 2015. p. 102. DOI: https://doi.org/10.54648/EELR2015010

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, WWF-BRASIL. Índice de vulnerabilidade aos desastres naturais relacionados às secas no contexto da mudança do clima. Brasília, DF: MMA, 2017.

CEMADEN. Em 2023, Cemaden registrou maior número de ocorrências de desastres no Brasil. Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2024/01/em-2023-cemaden-registrou-maior-numero-de-ocorrencias-de-desastres-no-brasil. Acesso em: 6 set. 2024.

CENTRE FOR RESEARCH ON THE EPIDEMIOLOGY OF DISASTERS. 2023 Disasters in Numbers: A Significant Year of Disaster Impact. Disponível em: https://files.emdat.be/reports/2023_EMDAT_report.pdf. Acesso em 6 set. 2024.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Sirenejud. Disponível em: https://sirenejud.cnj.jus.br/home . Acesso em: 6 set. 2024.

CUMMINGS, Scott L.; RHODE, Deborah L. Public interest litigation: Insights from theory and practice. Fordham Urb. LJ, v. 36, 2009. p. 603.

CARVALHO, Délton Winter de. As mudanças climáticas e a formação do direito dos desastres. Novos Estudos Jurí¬dicos, Itajaí¬ (SC), v. 18, n. 3, 2013. p. 397–415. DOI: 10.14210/nej.v18n3. Disponível em: https://periodicos.univali.br/index.php/nej/article/view/5130. Acesso em: 6 set. 2024. DOI: https://doi.org/10.14210/nej.v18n3.p397-415

FIOCRUZ. Site. http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1124&sid=32 . Acesso em: 6 set. 2024.

FREITAS, Christiana Galvão Ferreira de. Perspectivas e desafios à gestão de riscos e desastres: uma análise sobre a configuração do direito de desastres no mundo e no Brasil. Orientador: George Rodrigo Bandeira Galindo. 2014. 285f. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade de Brasília, UnB, Brasília, 2014.

GARDINER, Stephen M. Climate Ethics: Essential Readings. Oxford University Press, 2010a. DOI: https://doi.org/10.1093/oso/9780195399622.001.0001

GARDINER, Stephen M. Ethics and climate change: an introduction. Wiley Interdisciplinary Reviews: Climate Change, v. 1, n. 1, 2010b. p. 54-66. DOI: https://doi.org/10.1002/wcc.16

GRECO, Leonardo. Garantias fundamentais do processo: o processo justo. Novos estudos jurídicos, v. 7, n. 14, 2002.

HARDIN, Garrett. The tragedy of the commons: the population problem has no technical solution; it requires a fundamental extension in morality. Science, v. 162, n. 3859, 1968. p. 1243-1248. DOI: https://doi.org/10.1126/science.162.3859.1243

HAYWARD, Tim. Climate change and ethics. Nature Climate Change, v. 2, n. 12, 2012. p. 843-848. DOI: https://doi.org/10.1038/nclimate1615

HUQ, Saleemul et al. Mainstreaming adaptation to climate change in least developed countries (LDCs). Climate Policy, v. 4, n. 1, 2004. p. 25-43. DOI: https://doi.org/10.1080/14693062.2004.9685508

INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE - IPCC. Climate Change 2001: Impacts, Adaptation and Vulnerability- Contribution of Working Group 2 to the IPCC Third Assessment Report. Cambridge Univ. Press., 2001.

LAW, David S.; VERSTEEG, Mila. The evolution and ideology of global constitutionalism. Calif. L. Rev., v. 99, 2011. p. 1163. DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.1633108

LOSEKANN, Cristiana; MAYORGA, Claudia. Desastre na bacia do rio doce: Desafios para a universidade e para instituições estatais. Rio de Janeiro: ed. Folio Digital, 2018.

MARANDOLA JR., Eduardo; HOGAN, Daniel Joseph. As dimensões da vulnerabilidade. São Paulo em perspectiva, v. 20, n. 1, 2006. p. 33-43.

MARQUES, Thiago Feltes. O nascimento do direito dos desastres no Brasil. Revista Acadêmica Licencia&acturas, v. 4, n. 1, 2016. p. 108-123. DOI: https://doi.org/10.55602/rlic.v4i1.106

PEEL, Jacqueline; OSOFSKY, Hari M. Climate change litigation. Annual Review of Law and Social Science, v. 16, n. 1, 2020. p. 21-38. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev-lawsocsci-022420-122936

PREFEITURA DE FORTALEZA. Índice de Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas e Plano de Adaptação – Fortaleza, Ceará, Caderno de Anexos. Disponível em: https://urbanismoemeioambiente.fortaleza.ce.gov.br/images/urbanismo-e-meio-ambiente/forclima/caderno_de_anexos.pdf . Acesso em: 6 set. 2024.

SABIN CENTER FOR CLIMATE CHANGE LAW. Global Litigation by Jurisdiction – Brazil. Disponível em: https://climatecasechart.com/non-us-jurisdiction/brazil/. Acesso em: 6 set. 2024.

SETZER, Joana; VANHALA, Lisa C. Climate change litigation: A review of research on courts and litigants in climate governance. Wiley Interdisciplinary Reviews: Climate Change, v. 10, n. 3, 2019. p. e580. DOI: https://doi.org/10.1002/wcc.580

Downloads

Publicado

2024-12-12

Como Citar

MADEIRA, Daniela Pereira; PACHECO, Wilfredo Enrique Pires. Vulnerabilidades ambientais e sociais: a atuação do Poder Judiciário perante uma ética climática. Revista CNJ, Brasília, v. 8, n. 2, p. 423–438, 2024. DOI: 10.54829/revistacnj.v8i2.669. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/ojs/revista-cnj/article/view/669. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos Convidados