Pessoas privadas de liberdade

dados estatísticos e cartas

Autores

  • Olívia Alves Gomes Pessoa Universidade Federal do Paraná (UFPR)/PR; Universidade de Brasília (UnB)/DF
  • Danielly dos Santos Queirós Universidade de Brasília (UnB)/DF

DOI:

https://doi.org/10.54829/revistacnj.v8i2.656

Palavras-chave:

Pessoas privadas de liberdade, População prisional, Acesso à Justiça

Resumo

O artigo tem como objetivo apresentar estatísticas sobre a estrutura e os dados de perfil da população carcerária no Brasil e analisar as cartas de pessoas privadas de liberdade enviadas ao Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Conselho Nacional de Justiça. Para tal, foi utilizada metodologia de análise de conteúdo. Os temas mais abordados nas cartas foram os pedidos de nomeação de defensor(a) público(a); progressão de regime, detração de pena, mutirões carcerários; garantia do direito à escolarização e ao trabalho; acesso à saúde e atendimento médicohospitalar; denuncia de tortura e maus-tratos. Conclui-se que, com a perda do direito à liberdade, os(as) apenados(as), na realidade, têm todos os outros direitos ameaçados.

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Biografia do Autor

Olívia Alves Gomes Pessoa, Universidade Federal do Paraná (UFPR)/PR; Universidade de Brasília (UnB)/DF

Doutoranda no Programa de Pós- Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Paraná. Possui Graduação em Ciência Política e mestrado em Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente é Pesquisadora no Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Danielly dos Santos Queirós, Universidade de Brasília (UnB)/DF

Graduada e Mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente trabalha como Analista Judiciária, Área de Ciências Sociais, cargo de pesquisadora no Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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Publicado

2024-12-12

Como Citar

PESSOA, Olívia Alves Gomes; QUEIRÓS, Danielly dos Santos. Pessoas privadas de liberdade: dados estatísticos e cartas. Revista CNJ, Brasília, v. 8, n. 2, p. 439–458, 2024. DOI: 10.54829/revistacnj.v8i2.656. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/ojs/revista-cnj/article/view/656. Acesso em: 19 dez. 2024.

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